O Retorno de João Pacheco de Oliveira: Dias Históricos para o Povo Magüta e a Antropologia

 Dias Históricos para o Povo Magüta: A Volta do Antropólogo Dr. João Pacheco de Oliveira


Foto: Tchurucü Neco


Entre os dias 17 e 22 de setembro de 2024, o povo Magüta vivenciou um momento histórico com a visita de um de seus grandes aliados e estudiosos, o renomado antropólogo Dr. João Pacheco de Oliveira, durante sua participação na V Semana da Antropologia do Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O evento, que reuniu discentes e professores do curso de bacharelado em Antropologia, homenageou Pacheco por sua vasta contribuição aos estudos antropológicos sobre o povo Magüta e outras etnias indígenas do Alto Solimões.


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Após sua participação no evento, o Dr. João Pacheco de Oliveira cumpriu uma missão especial: revisitar as aldeias onde realizou suas pesquisas durante as décadas de 1970 a 1990, no coração das Terras Indígenas Magüta, situadas na região do Alto Solimões, Amazonas. Essa visita teve um significado profundo, pois não se tratou apenas de uma simples passagem, mas sim de uma jornada de reconhecimento e reafirmação do compromisso entre o antropólogo e o povo Magüta, cuja história ele ajudou a transcrever com grande dedicação.


A Trajetória de Pacheco e o Povo Magüta

Foto: Rejicars Campo Alegre


A visita de Pacheco o levou a várias aldeias, incluindo Campo Alegre, Vendaval e Umariaçu, onde ele recontou às comunidades sua vivência ao lado de grandes lideranças Magüta, como o Pedro Inácio (falecido), Pedro Gabriel (vivo) e Paulo Mendes (vivo), João Cruz (vivo) e outros "Lideranças Antigos", que participaram ativamente na luta pela demarcação das terras indígenas. Muitos líderes já faleceram, mas suas memórias foram honradas com gratidão por Pacheco, que destacou o papel vital que desempenharam na conquista e regularização das terras que hoje pertencem ao povo Magüta.


Foto: Magüta Native

Nas conversas com as populações, ele revisitou histórias compartilhadas e celebrou os avanços e o desenvolvimento das aldeias ao longo das décadas. As transformações observadas por ele trouxeram sentimentos de alegria e orgulho, tanto para Pacheco quanto para os Magüta, que o receberam com calor e homenagens. Em uma retribuição emocional, João Pacheco – que foi batizado com o clã de Aicüã (Clã da Onça) pelos anciãos na década de 1970 – expressou sua profunda gratidão a todos aqueles que o acompanharam nessa jornada de décadas.

Fonte: Entrevista apresentado na 5º Semana de Antropologia no INC UFAM


O Legado de Pacheco e a Nova Geração de Antropólogos Indígenas

A visita de Pacheco também deixou clara a importância dos antropólogos para o fortalecimento das culturas indígenas. Seu trabalho, focado na preservação e promoção da história e identidade do povo Magüta, é uma inspiração para as novas gerações. A continuidade de seu legado está sendo assegurada por uma nova leva de antropólogos indígenas Ticuna, que, como sucessores de Pacheco, seguem sua missão de documentar e preservar as tradições, culturas e histórias de seu povo.


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Assim como o Dr. João Pacheco, esses jovens antropólogos são orientados pelo compromisso ancestral que Deus Yo'i deixou aos seus descendentes, de proteger e valorizar suas terras e tradições. Esta visita marca um capítulo importante na história contemporânea dos Magüta, reafirmando que a construção do conhecimento é coletiva e que o povo indígena é protagonista em sua própria história.


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A contribuição de Pacheco para o fortalecimento das lutas e conquistas dos povos indígenas, especialmente os Magüta, será lembrada por muitas gerações. A sua visita é um marco que consolida ainda mais os laços de amizade e parceria com o povo Magüta, e o legado que ele ajudou a construir é uma fonte de inspiração e orgulho para todos os envolvidos.

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