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Foto: @magutanative |
As lideranças indígenas destacaram a inércia do Estado brasileiro frente à
regularização fundiária e denunciaram a ineficiência
da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) diante do cenário
atual, especialmente sob a ameaça
jurídica do Marco Temporal — tese que condiciona a demarcação apenas às
terras ocupadas por indígenas em 5 de outubro de 1988. Em suas falas,
reforçaram que a FUNAI, inclusive, tem tido suas atribuições limitadas,
conforme relatou a servidora Mislene (FUNAI), afirmando que "o
órgão está de mãos atadas diante das diretrizes atuais e sofre interferências
políticas que desvirtuam sua missão institucional".
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Foto: Üpetücü |
As falas das lideranças ecoaram a urgência de
respostas e ações concretas. Eles relataram a falta de retorno efetivo das autoridades e do Estado sobre os processos
em andamento, revelando frustração e desamparo diante das ameaças constantes aos seus territórios, à
cultura e à sobrevivência física e espiritual de seus povos. Os
representantes também apresentaram propostas que reforçam a necessidade da presença ativa do Estado na
efetivação das demarcações, com transparência,
respeito aos direitos originários e participação direta das comunidades
indígenas.
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Foto: Üpetücü |
O fórum, realizado na fronteira entre Brasil,
Colômbia e Peru, serviu como palco de denúncia, mas também de esperança e
mobilização coletiva. As vozes desses povos reafirmaram o compromisso com a autodeterminação dos territórios indígenas
e o fortalecimento das políticas públicas com base nos direitos constitucionais
e internacionais dos povos originários.
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Foto: @magutanative |
Representantes dessas etnias destacaram, em suas
falas, as profundas ameaças que suas comunidades enfrentam diante da ausência
de demarcação de terras, da pressão dos grileiros, e do avanço de atividades
ilegais nas fronteiras do Brasil, Peru e Colômbia. Reforçaram que a demarcação
não é apenas uma pauta legal, mas um compromisso com a vida, a cultura e a
sustentabilidade dos territórios ancestrais.
Foto: @magutanative |
As lideranças também apontaram a necessidade de fortalecer alianças entre os povos indígenas fronteiriços, defendendo o intercâmbio cultural e a articulação política como meios de consolidar um bloco internacional de resistência e proteção mútua. Em suas contribuições, os Kokama, Kambeba, Witoto e Kaixana evidenciaram a urgência de políticas públicas específicas que respeitem suas realidades locais e que incluam sua participação direta na formulação e implementação das ações de segurança e justiça social.
Foto: @magutanative |
O Fórum representou um marco histórico na construção de uma agenda indígena trinacional, onde os povos reafirmaram sua autonomia e direito à autodeterminação. A presença ativa das lideranças reforça a pluralidade e a força coletiva dos povos indígenas da Amazônia.
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