Fortalecendo Vozes e Protegendo Territórios

 

Fortalecendo Vozes e Protegendo Territórios: Estudantes Magüta da UNICAMP Lideram Oficinas de Comunicação e Segurança Indígena em Umariaçu!

Foto:@magutanative

No dia 2 a 6 de fevereiro de 2025, a aldeia Umariaçu II, localizada no território indígena Tukuna Umariaçu, do município de Tabatinga AM no estado do Amazonas, Brasil, sediou o Encontro de Oficinas para Formação voltadas para os jovens e seguranças indígenas das comunidades Umariaçu I e II. Esse evento teve como foco o fortalecimento da Rede de Comunicadores Indígenas e o aprimoramento da segurança comunitária.

O evento foi promovido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e integrou o projeto de extensão universitária Magüta. Durante seis dias, foram realizadas oficinas divididas em dois momentos principais:

Oficina: Comunicação Audiovisual (2 e 4 de fevereiro)

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A primeira etapa do evento focou na formação e capacitação dos jovens indígenas na produção de conteúdo midiático. Indígenas Tikuna que estudam na Unicamp ministraram a oficina, compartilhando conhecimentos teóricos e práticos sobre comunicação audiovisual. Foram discutidas as dificuldades enfrentadas pelos integrantes da Rede de Jovens Indígenas de Comunicadores do Alto Solimões (REJICARS) e também participaram os jovens da Aldeia Belem do Solimões que estão no Departamento de Jovens Indígena Magüta do Alto Solimões - DAJIM-AS/FOCCIT e estratégias para melhorar a divulgação de informações nas comunidades.

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A oficina destacou o papel essencial da comunicação digital na defesa das políticas indígenas e na preservação cultural. A falta de acesso a equipamentos adequados foi um dos principais desafios levantados. Os estudantes da Unicamp apresentaram formas de aplicação prática do conhecimento adquirido na universidade, visando empoderar os comunicadores locais.

Oficina: Reforço da Segurança Comunitária (5 e 6 de fevereiro)

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Nos dias 5 e 6 de fevereiro, a segunda etapa do evento abordou a segurança comunitária na aldeia Umariaçu II. Durante os debates, os participantes discutiram a falta de apoio institucional e os desafios enfrentados pelas seguranças comunitárias, que atuam há mais de oito anos sem suporte adequado.

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A oficina explorou a interligação entre o corpo físico e o território, destacando a relação espiritual e ambiental dos povos indígenas com suas terras. Foi enfatizada a importância de um código de trabalho institucional que regulamente a atuação da segurança comunitária, minimizando os impactos da violência, alcoolismo e do envolvimento de jovens com o narcotráfico.

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Situação Atual dos Territórios e Resultados

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Os participantes apresentaram suas demandas e necessidades, transformando-as em encaminhamentos para a Unicamp e outras instituições parceiras. A expectativa é que as informações coletadas sirvam de base para a elaboração de projetos futuros que fortaleçam tanto a segurança comunitária quanto a comunicação indígena.

As oficinas realizadas pela Universidade de Campinas - UNICAMP nas aldeias Umariaçu I e II representam um marco para o fortalecimento das comunidades indígenas, trazendo conhecimento e ferramentas essenciais para enfrentar desafios contemporâneos. Durante os encontros, foram abordados temas cruciais como comunicação audiovisual e segurança comunitária, áreas fundamentais para a preservação cultural e a autodefesa do território.

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A formação na área da comunicação permitiu que jovens indígenas aprimorassem suas habilidades na produção de conteúdo midiático, possibilitando a divulgação de informações verídicas e a valorização da cultura Magüta. A falta de autonomia na comunicação é um dos principais desafios enfrentados pelos povos indígenas, e essas oficinas oferecem uma alternativa para garantir que suas histórias, lutas e conquistas sejam contadas por eles mesmos.

A segurança nas comunidades é um tema crítico, dado o aumento da violência, alcoolismo, tráfico de drogas e invasões territoriais. A oficina proporcionou um espaço de debate entre os próprios indígenas para discutir formas de fortalecer a Segurança Comunitária Indígena de Umariaçu (SECGUM). Com isso, as lideranças puderam elaborar propostas para buscar apoio institucional e criar estratégias para manter a integridade e a proteção do território.

Foto:@magutanative

As terras indígenas do Alto Solimões enfrentam constantes ameaças devido à exploração ilegal de recursos naturais, ao narcotráfico e à negligência governamental. A falta de investimentos em educação, saúde e infraestrutura agrava as dificuldades, tornando os jovens indígenas ainda mais vulneráveis. Por isso, iniciativas como as oficinas da Unicamp são fundamentais para fortalecer a juventude indígena, garantindo que tenham ferramentas para atuar em defesa de seus direitos e territórios.

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Essa parceria entre universidade e comunidade representa um passo importante para a autonomia indígena, promovendo o uso da tecnologia e do conhecimento acadêmico como aliados na preservação cultural e na luta por justiça social. É essencial que esses espaços continuem sendo fortalecidos para que os indígenas possam seguir protagonizando suas próprias histórias e garantindo um futuro mais seguro para suas comunidades.

Foto:@jeckaraujo

A iniciativa foi coordenada por Susana Durão e Cristina Larrain Manzo, com apoio de Marco Tobon, Ana Caroline Dias Silva e dos estudantes indígenas Ailton Pinto, Andrewz Mendes, Karine Mendes e Dirlene Farias e a Josi Ticuna. O evento destacou a importância de discussões aprofundadas sobre comunicação e segurança indígena, promovendo soluções colaborativas e sustentáveis para os desafios enfrentados pelas comunidades do território Umariaçu.

 

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